segunda-feira, março 13, 2006

Guia-me

SENHOR
As vezes procuramos palavras e elas estão a nossa frente!
Tenho procurado palavras para descrever-me no momento atual.
E eis que esta aqui tudo aqui.
Só quando deixar que o pensar submisso tome conta de mim serei completa!
O saber que é preciso mudar , o despertar para amudança já aconteceu....
Quando meu ser curvar-se ao Teu como o bambu a teu dono, ai sim serei plena....
Guia-me Senhor...
O Bambu Amado

Era uma vez um maravilhoso jardim, situado bem no centro de um grande campo. O dono costumava passear pelo jardim, ao clarão do luar, à noite...
Um belo bambu era para ele a mais bela e estimada de todas as árvoresdo seu jardim. Ao seu olhar carinhoso, esse bambu crescia e se tornava cada vez mais formoso.
Ele sabia que seu senhor o amava e que ele era sua alegria.
Um dia, o dono, pensativo, aproximou-se do seu amado bambu e, num gesto de profunda veneração, o bambu inclinou sua cabeça imponente...
O Senhor disse a ele: “querido bambu, eu preciso de você”. O bambu estava feliz, parecia ter chegado a grande hora de sua vida. Ele respondeu: “meu senhor, estou pronto, faze de mim o que quiseres!”.
“Bambu!” – a voz do senhor era grave – “bambu, só poderei usá-lo, se eu o podar! No jardim tudo ficou silencioso.
O vento segurou a respiração. “ Meu querido bambu “- tornou o senhor – “devo também cortar as suas folhas, Não o posso usar se não arrancar-lhe as folhas”.
A lua e as estrelas, confusas, escondem-se atrás das nuvens... Algumas borboletas e pássaros, que por ali brincavam, afastaram-se assustados.
O bambu, meio trêmulo, à meia voz, disse: “senhor, corta-as!” Mas o Senhor disse: “ainda não basta meu querido bambu. Devo cortá-lo pelo meio e tomar também seu coração.
Se não fizer isso não poderá ser-me útil”. Por favor, Senhor, disse o bambu, “eu não poderei mais viver... como viver sem o coração?” “Devo tirar seu coração, caso contrário não me serás útil”. Então o bambu inclinou-se até o chão e disse: “corta-me e divide-me se assim o desejares!”
O Senhor desfolhou o bambu... decepou os seus galhos... partiu-o em duas partes... tirou-lhe o coração. Depois, levou-o para o meio do campo ressequido, a uma fonte onde jorrava água fresca. Lá o senhor deitou cuidadosamente o seu querido bambu no chão. Ligou uma das extremidades do tronco decepado à fonte e a outra ele levou para o campo. E a fonte cantou as boas vindas.
As águas cristalinas precipitaram-se alegres pelo corpo dilacerado do bambu, correram sobre os campos tórridos e áridos, que por elas tanto tinham suplicado... Ali plantou-se o trigo, o arroz, o milho, rosas... e outras flores das mais variadas espécies e cores.
Os dias passaram, a sementeira brotou, cresceu e veio o tempo da colheita... farta e abundante.
Assim, o maravilhoso e esbelto bambu. No seu aniquilamento e humildade, transformou-se numa benção especial.
Quando ele era belo e jovem, crescia somente para si e se alegrava com sua própria formosura. Agora, no seu despojamento, ele se tornou o canal do qual o senhor se serviu para tornar fecundas as suas terras... e muitos, muitos passaram a viver do pródigo tronco do bambu amado.
Tua
AD_[Denise]